Eu tenho um medo, que talvez precise ser revelado.
Receio que as mulheres tendam à tornar-se chatas e prolixas com o passar do tempo. Enquanto que aos homens, essa tendência é relativa, nas mulheres, os casos que registrei são incontáveis.
Essa tendência patética talvez se dê à repressão pela qual a geração que é agora o meu objeto de análise passou. Por terem convivido com uma forte submissão durante longos períodos de suas vidas, talvez as senhoras tenham agora, anseio por exprimir suas emoções, recuperando o tempo perdido. Não sei se isto é causa ou agravante. No entanto, ressalto que é deplorável.
Aparentemente as adultas que superam os 40 anos tornam-se incapazes de compreender e adotar as formas de convivência utilizadas hoje. Os discursos são monótonos e repetitivos e rapidamente exaurem os ouvintes. Isso é coisa de titia?
Não deve ser! Talvez, na cabeça delas, a paciência, a contenção de idéias e o ato de ouvir calmamente um interlocutor tratem-se de meras etiquetas. Etiquetas estas, que supostamente, graças à sua idade e aceitação social adquiridas, não devam mais ser respeitadas. O que na verdade é um infeliz equívoco.
Essa atitude de desprezo para com os outros às vezes desencadeia-se num maior isolamento do indivíduo, levando-as a conhecer cada vez menos a sociedade na qual supostamente estão inseridas.
Mães malucas, divórcios consecutivos, tias insuportáveis... Isto está deformando a sociedade e provavelmente afetará gravemente a concepção de mundo das futuras mulheres. Muitas vezes, casos que podem ser tratados e analisados com a família passam, não despercebidos, mas sem a importância e consciência que merecem.
Não me refiro a tratamentos de psicanálise ou remédios. Me refiro à conversas. É disso que as famílias precisam. Ou que não sejam os familiares de sangue, mas sim os amigos próximos, parentes de outros graus. O que importa é conhecer a dificuldade e superá-la.
Este sem dúvida é um reflexo do constante isolamento à que a sociedade pós-moderna vem se condicionando. E provavelmente é um agravante no processo de desmaterialização do conceito de “família” pelo qual temos passado e graças ao qual aos poucos, novos problemas como este surgem.
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